domingo, setembro 22

Hj o papo é longo e não é sobre emagrecer.

> AVISO, este post não fala NADA sobre seu tema-central... hj vim falar a vontade, se quiser ler, siga adiante, se não blz, não vou ficar chateada tá longo mesmo...<


Depois de um longo período pós-demissão, como dito em outros post, as coisas começaram a ficar não-tão-fáceis e isso inclui todo meu processo, sem dinheiro não há planejamento alimentar q dure, e muitas coisas tive q fechar os olhos: comida saudável, academia e qqr coisa comprável que torna o emagrecimento possível.

Aí procura emprego daqui, procura dalí... e trabalhar de 'qualquer coisa' não é problema pra mim, sendo formada, pós graduanda em dois cursos e mestranda... até passo roupa pra fora se alguém quiser ai viu... e nada, alegam q eu estudei demais pra qualquer função simples, como tbm já disse antes...

Eis que essa semana enfurnada em estudo, surge um oportunidade super de boa q pro momento é ótimo, trabalhar numa balada de um restaurante contemporâneo no shopping daqui - ai abrimos um parêntese: sou formada tbm em hotelaria, bar, alimentos e bebidas... eventos tem tuuudo a ver com meus inúmeros estudos - e aí fui com a cara e a coragem e foi ótimo, tanto q pude cobrir o almoço do restaurante nesse domingo tbm, dois dinheiros pingados no fds que salvam contas a pagar.

Pude fazer uma reflexão de vários aspectos...

Vi vários tipos ontem, uma moça que trabalha no local há 4 meses, mas age como se trabalhasse a 20 anos, tudo é na base do foda-se, se chegou atrasada, se vão xingar, se vão descontar... 'foda-se'.

Um rapaz q era de extra como eu, que chegou gargantando q ia ser barman, e q ia trabalhar nesse domingo também, que encheu uma funcionária de perguntas inconvenientes do tipo: qto vc ganha? vc é registrada? qto pagam de extra pra vcs e pra nós de fora? registram fácil as pessoas de extra? como faço pra que me vejam e me contratem? - enfim, no fim, ele ficou servindo o povo como eu, queria pq queria ficar carregando meus pedidos achando q eu não aguentava o peso, e não foi chamado pra ir nesse domingo.

Uma ex-funcionária foi de extra e desfilava como uma princesa como se nós tivéssemos q adorá-la.

Os extras mais jovens de idade, uns fofos, dividiram bala, risadas e sem falar nada dividíamos o serviço do momento como que em sintonia pelo olhar.

O gerente, num geral, grosso, rude e não olha nos olhos.

O chefe do salão, ótimo, pedia pra gente parar um momento e beber água, respirar, perguntava se tava tudo indo bem, se precisávamos de alguma ajuda, e os problemas de troca de pedidos q ocorreram foram solucionados na hora sem stress.

Me vi no meio de gente que desesperadamente quer ser contratado, vi gente que falou 'esse trampo não leva a lugar nenhum mas eu gosto', vi tbm gente apaixonada na adrenalina de ver tudo funcionar e ter o retorno da felicidade dos convidados e qdo disse q era formada, cheguei a receber olhar de 'é mentira', ri por dentro.

Hj o horário era das 12 as 17h, e gente contando minutos desde as 14 pra ver se já era pra ir embora, vi tbm gente acelerando o acerto do valor do dia pra ir embora logo, as 16:50.

Sinceramente, não fui com a pretensão de ter um emprego lá, fui pra ganhar a grana do dia, e ganhei nos dois dias, óteemo! Vai salvar contas do mês e me dar um fôlego pra não chorar de desespero, fui pra curtir o trampo operacional, pra mudar de ares... e pra ver como eu me saía no quesito or-gu-lho.

Pq orgulho...(?) pq as pessoas olham com ar de 'olha o serviçal' qdo vê alguém servindo numa festa... e eu tinha dentro de mim a certeza de que eu ia reecontrar galera da fábrica lá, pq eh um restaurante chique e q tem balada e q eh caro, q eu frequentava.. entãoooo, internamente eu tava com medo de me sentir menor ali pelo olhar do outro, masss Deos é tão bom qdo a gente super precisa, que reencontrei sim gente q trabalhou comigo e que me tratou super bem e até melhor q antes, deu até pra fofocar da fábrica pq era pessoa tbm demitido na msm época, colegas de trabalho da minha mãe q sabem q eu sou engenheira, amigos da família, enfim...

Eu me lembrava a cada minuto que eu estudei praquilo tbm, fiz a correria dos pedidos na área vip q eu fiquei com alegria e me diverti demais, pq estar sóbrio num ambiente que o povo se embebeda sem limite é engraçadíssimo... e fiquei felicíssima pelo carinho que alguns clientes me trataram.

Tive um momento ali no meio da balada pensando q cinco anos enfiada numa fábrica era legal, mas tinha mto da galera mesquinha, sem valores e que meu pensamento já nos últimos meses infelizes lá faz todo sentido: antes ganhar mil reais num trabalho simples que dê para viver com qualidade, do que ganhar quatro mil sem poder respirar ou dormir, a pretensão de ser formado na faculdade deve estar ligada a sua realização pessoal e não a um resultado pra ganhar muito dinheiro no futuro, se por acaso a vida trouxer mto dinheiro ótimo, e a faculdade na minha vida teve e tem o sentido de me realizar como pessoa e não pra ficar rica (mas se um dia eu conseguir 'enricar' de boaa, mas não é o fator principal que me faz estudar).

Tô em euforia, exausta e sem sono, pq foi mto bom, reviver minhas experiências de hoteleira q sou, trabalhar com um pessoal do bem, e fazer com qualidade o que tem q fazer, sem precisar contar com hora e o pessoal lá até tava se matando querendo se mostrar e ser contratado, eu tava cumprindo o papel do extra 'faz-tudo' da grana do dia, sem criar expectativas, pq expectativa que fode com tudo né?!

O pessoal hj do extra saiu faltando minutos pra dar as 17h, reclamando q estavam cansados pela noite de ontem, eu que tbm passei pelo trampo noturno tava no mesmo cansaço, mas me propus a deixar as coisas prontas pro pessoal que ia dar continuidade ao trabalho do dia, pq é injusto largar do jeito q tá  'só pq deu a hora' e acabei ficando até 17:30, estava sem relógio ou celular então nem percebi, pq estava cumprindo o necessário, a equipe extra recebeu parabéns do gerente do dia, o restaurante bombou, pediram pra deixar meus numeros de contato na agenda deles e olha, nem na época do hotel eu carreguei tanto peso na vida... tudo me dói...mas tô maravilhada.

O trabalho realmente enobrece o homem, principalmente qdo estamos dos dois lados: ser a pessoa q esbanja e ser quem rala numa noite enqto o povo se diverte traz tanta coisa na cabeça... ver gente, fazer contato... tô muito feliz, estudando loucamente pro concurso e ainda correndo atrás de trabalho, se aparecer 'freelas' assim tá  ótimo!

E, apesar da exaustão, eu vou deitar e relaxar feliz, nem de longe é aquele inferno q eu vivia de dormir pensando em relatório, planilha, problemas de obra e não conseguir descansar, e tbm não ver a cor do dinheiro direito pq ia gastando no cansaço sem saber no q ia... sem ter o brilhinho no olhar de ter feito o trampo bem feito.

Obrigado Deos, obrigado marido por dormir sem mim hoje e passar o domingo tbm sem mim, obrigado a amiga-irmã 'vc sabe q eh vc' acompanhando o processo via inbox e curiosa de saber o resultado, obrigado vida por fazer de mim um pulp fiction nos últimos tempos, onde vou e volto pra pontos de felicidade que eu deixei pra traz sem saber pq e redescobrir tanta coisa boa.

Teria mais pra escrever, mas não sei como expressar da forma como tô pensando ahuahauhauhauhau #aloka

Bjo
*Se vc leu até o final, obrigado, mas eu agradeço mais se vc comentar aí!